Israel enviará uma delegação ao Catar no domingo (6) para negociações sobre um possível acordo de cessar-fogo e libertação de reféns em Gaza, embora o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tenha afirmado que as mudanças solicitadas pelo Hamas à proposta são inaceitáveis.
O grupo palestino Hamas declarou na sexta-feira (4) que respondeu positivamente à proposta de cessar-fogo em Gaza, apoiada pelos EUA, poucos dias após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que Israel havia concordado com “as condições necessárias para finalizar” uma trégua de 60 dias.
No entanto, sinalizando os desafios ainda existentes, um dirigente palestino de um grupo militante aliado ao Hamas afirmou que ainda há preocupações quanto à ajuda humanitária, à passagem pela fronteira de Rafah, localizada entre o sul de Israel e o Egito, e à definição de um cronograma para a retirada das tropas israelenses.
“As mudanças que o Hamas busca fazer na proposta do Catar nos foram comunicadas ontem à noite e não são aceitáveis para Israel”, disse o gabinete de Netanyahu em comunicado divulgado na noite de sábado (5).
Ainda assim, o gabinete do primeiro-ministro afirmou que a delegação seguirá para o Catar para discutir um possível acordo e “dar continuidade aos esforços para garantir o retorno de nossos reféns com base na proposta do Catar, à qual Israel já deu seu aval.”
Netanyahu, que deve se encontrar com Trump em Washington na segunda-feira (7), tem repetido que o Hamas precisa ser desarmado, uma posição que o grupo militante até agora se recusa a discutir.
O mais recente capítulo do conflito entre israelenses e palestinos, que já dura décadas, foi desencadeado em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou o sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando 251, segundo dados israelenses. Acredita-se que agora haja apenas 20 reféns vivos.
O ministério da Saúde de Gaza afirma que a ofensiva militar israelense em retaliação já matou mais de 57 mil palestinos.
A operação também provocou uma crise de fome, o deslocamento interno de toda a população de Gaza e levou a acusações de genocídio e crimes de guerra.
Israel nega as acusações.