No Norte e Centro-Oeste, há um empate técnico sobre a prisão de Bolsonaro: 47% defendem sua prisão, enquanto 45% são contrários. Já no Sul, o cenário se inverte, com 49% o absolvendo e 46% o querendo preso. O Nordeste apresenta o índice mais alto de apoio à prisão, com 59%.
O cenário também afeta diretamente o futuro político da direita no país. Inelegível até 2030 por decisão da Justiça Eleitoral, a extrema direita tem apostado na figura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como possível herdeiro político.
Tarcísio, por sua vez, tenta se equilibrar entre a lealdade ao ex-chefe — de quem foi ministro da Infraestrutura — e uma postura de moderação institucional. Participou de atos pela anistia dos golpistas, mas evita ataques diretos ao Judiciário e tenta se posicionar como alternativa viável para o centro político.
O julgamento de Bolsonaro no STF é considerado um dos principais testes das instituições democráticas brasileiras desde a redemocratização. Caso condenado, poderá consolidar um precedente inédito na história recente do país: o de punição exemplar a um ex-chefe de Estado por tentativa de ruptura institucional.