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Lideranças de religiões de matriz afro-indígena da Paraíba solicitam reconhecimento da Jurema Sagrada como patrimônio imaterial do Brasil

Lideranças de religiões de matriz afro-indígena da Paraíba solicitaram, na última sexta-feira (5), o pedido de reconhecimento da Jurema Sagrada como patrimônio imaterial do Brasil.

Conforme observado, o pedido foi entregue em cerimônia ocorrida na Promotoria de Justiça de Alhandra, litoral sul do Estado.

O requerimento foi formalizado pela Federação Cultural Paraibana de Umbanda, Candomblé e Jurema (FCP UMCANJU) e pela Associação de Juremeiros e Benzedores Reino do Bom Florar, ambas representadas por Pai Beto de Xangô, liderança reconhecida no campo das religiões de matriz afro-indígena.

A solenidade reuniu representantes do Ministério Público Federal (MPF), do Ministério Público da Paraíba (MPPB), do Ministério Público de Contas (MPC-PB), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e de diversas lideranças das Comunidades Tradicionais de Terreiro.

A Jurema, também conhecida como Catimbó, é uma tradição marcada por rituais, cantos, conhecimentos e práticas espirituais transmitidos entre gerações, em uma combinação de heranças indígenas e africanas.

O registro imaterial é um instrumento legal e administrativo para reconhecer, valorizar e salvaguardar bens culturais imateriais, tais como saberes, práticas e celebrações, que são parte da identidade de um povo e não possuem materialidade física, como um objeto ou construção. Em nível federal, o Iphan é o responsável pelo registro.

De acordo com o documento, “o registro da Jurema Sagrada como bem cultural de natureza imaterial é medida necessária para salvaguardar esse complexo cultural frente às ameaças do racismo, intolerância religiosa, apagamento histórico e desvalorização social”. Ele reforça ainda que a manifestação, tem, em suas raízes, práticas de resistência que remontam tradições e ciências indígenas e africanas, “profundamente enraizadas na história, salvaguardando um patrimônio histórico-cultural de direito de todo o povo brasileiro”.

Já reconhecida como Patrimônio Imaterial do Estado da Paraíba, a Jurema Sagrada é documentada desde o período colonial, quando era utilizada por povos indígenas em cerimônias espirituais e medicinais.