Um vídeo gravado por alunos de uma escola pública em Castanhal, na região metropolitana de Belém, ganhou repercussão nas redes sociais ao expor a situação de abandono.
Nas imagens, os estudantes da Escola Estadual Cônego Leitão mostram problemas de infraestrutura que comprometem o funcionamento e a rotina escolar.
O vídeo mostra o forro cedendo prestes a desabar. Janelas improvisadas, algumas cobertas com papelão e outras fechadas com ripas de madeira.
Na unidade de ensino, salas de aula são usadas como depósitos, lotadas de cadeiras empilhadas e quebradas. Chuveiros sem água, cadeiras sem assento, portas se desfazendo, além de infiltrações espalhadas pelas paredes, são situações que fazem parte do cotidiano, segundo os alunos.
Em nota, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) disse que a escola está dentro do cronograma de obras para reforma e ampliação. Até esta quarta-feira (10), a reforma na escola ainda não tinha sido iniciada.
Para o professor de Geografia Jânio Souza, que atua na rede pública há oito anos, a falta de estrutura traz prejuízos diretos ao aprendizado dos alunos, inclusive em relação à sensação térmica em regiões com muito calor, como é o caso do Pará.
“Já trabalhei em escola que tinha em sala de aula apenas um ventilador. E por isso, ficava bastante calor, os alunos não se concentravam, eles queriam ficar toda hora tomando água, eles queriam ficar toda hora fora da sala porque estava muito quente”, afirmou.
O professor disse, também, que “há uma ebulição global, onde cidades brasileiras com sensação térmica de 50°, 55°, de muito calor”.
“Agora imagina temperaturas altas dentro de uma sala de aula? Por isso, é essencial que as salas sejam ventiladas, tenham ar condicionado, para que o aluno possa estar acomodado, estar tranquilo fisicamente para poder sua mente também estar tranquila”, avaliou.
Segundo o educador, a precariedade também impacta na frequência e na motivação dos estudantes.