Temendo reação por parte do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apagasse das suas redes sociais um vídeo de seu pai.
O parlamentar atendeu à solicitação e a postagem saiu do ar. Os advogados de Bolsonaro argumentaram que a publicação poderia configurar um descumprimento da medida cautelar que veta o uso das redes sociais pelo ex-presidente, inclusive em perfis de terceiros.
Moraes já alertou Bolsonaro que ele pode ser preso imediatamente se voltar a burlar a proibição. Um episódio de descumprimento já foi registrado em julho, quando Bolsonaro apareceu nas redes de outro filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Na ocasião, porém, o ministro disse tratar-se de um caso isolado e deu apenas uma advertência ao ex-presidente, deixando de decretar a prisão preventiva e mantendo a validade das cautelares.
Nas imagens publicadas no perfil de Flávio, legendadas no formato típico das plataformas de vídeos curtos, Bolsonaro aparecia saudando os apoiadores que compareceram às manifestações de domingo no Rio de Janeiro. O áudio foi veiculado durante o ato.
“Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos”, disse o ex-presidente, com o celular na mão e a tornozeleira eletrônica à mostra.
Nos bastidores do STF, a avaliação é de que a publicação de Flávio não deve gerar a prisão de Bolsonaro, pois a defesa do ex-presidente teria demonstrado “boa-fé” ao pedir a exclusão da postagem.