Uma pessoa morreu e cinco ficaram feridas após o forro do teto da Igreja e Convento de São Francisco desabar na tarde desta quarta-feira (5), no Pelourinho, em Salvador (BA). O templo histórico, que tem o interior coberto em ouro, é considerado um dos mais importantes do país.
A vítima é a turista Giulia Panchoni Righetto, 26, natural de Ribeirão Preto (SP). Ela estava acompanhada de três amigos, sendo dois homens e uma mulher. Ela e a amiga estavam no centro da igreja quando houve o colapso, enquanto os homens estavam em uma sala separada.
De acordo com as autoridades, os cinco atingidos, entre eles outro turista, tiveram ferimentos leves e não correm risco de morte.
O desabamento ocorreu por volta das 14h30. Segundo a Defesa Civil, não era momento de missa, mas havia um fluxo de visitantes.
O órgão interditou o local. “É um episódio onde teve o desabamento de quase a integralidade da parte central da igreja. Claro que tem ainda as partes laterais, e essas são merecedoras de atenção. A igreja vai ficar, obviamente, isolada, porque no cenário que encontramos hoje, infelizmente, perdemos uma vida”, declarou Sósthenes Macedo, diretor da Defesa Civil de Salvador.
Comerciante há 20 anos na região, Antônio Pereira, 65, contou ter ouvido um estrondo muito forte vindo do interior da igreja. “Depois desse barulho, eu e algumas pessoas fomos até a porta, mas só dava pra ver muita poeira e um monte de madeira por cima da outra”, disse.
“A preservação desse patrimônio, que integra a arte barroca, contribui para manter viva a memória do passado colonial e fortalecer o conjunto arquitetônico como atrativo turístico”, disse o Iphan na ocasião.
“A preservação de bens culturais como a Igreja e Convento de São Francisco é uma responsabilidade compartilhada. É um esforço coletivo que envolve o compromisso de todos os setores da sociedade”, destacou na época o superintendente do Iphan-BA, Hermano Guanaes e Queiroz.
Em ação, o MPF (Ministério Público Federal) tenta desde 2016 que a Comunidade Franciscana da Bahia e o Iphan realizem reformas estruturantes no local.
Em 2018, a Justiça Federal pediu uma perícia judicial que identificou “riscos estruturais que comprometem a segurança e a estabilidade do patrimônio histórico”. O projeto da obra só viria a ser concluído no ano passado, com a assinatura da ordem de serviço.
A igreja e o convento são tombados pelo Iphan e classificados como uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo. O centro histórico de Salvador, onde estão localizados, é Patrimônio Mundial reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).