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MST cobra governo Lula e invade fazendas no RS e ferrovia no PA

Em protesto contra a política de reforma agrária e de meio ambiente do governo Lula, famílias do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) iniciaram invasões no Rio Grande do Sul e no Pará nesta terça-feira (3).

No começo da manhã, cerca de 170 famílias ocuparam duas fazendas no município gaúcho de Pedras Altas, na região sul do estado.

A imagem mostra um caminhão grande carregado com diversos objetos, incluindo paletes e caixas, estacionado em um campo aberto. Há várias pessoas ao redor do caminhão, algumas parecendo ajudar ou observar. Ao fundo, há um céu azul claro e uma área verde, com alguns carros estacionados em uma linha. O terreno é de terra e grama.
Integrantes do Movimento Sem Terra (MST) invadem fazenda em Pedras Altas, no sul gaúcho – @rs_mst via Instagram

O grupo veio do acampamento Sebastião Sales, na cidade vizinha de Hulha Negra, e se estabeleceu nas áreas que, somadas, têm 2.000 hectares. A Prefeitura de Pedras Altas informou que está acompanhando a situação.

Em Porto Alegre, cerca de 200 pessoas oriundas de quatro acampamentos do MST iniciaram uma vigília na sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

Uma das exigências dos manifestantes é que o governo acelere vistorias e compras de terra para assentar cerca de 1.500 famílias acampadas no Rio Grande do Sul.

O MST está insatisfeito com a condução dos processos de reforma agrária pelo governo federal. Segundo o movimento, não há avanço há mais de dez anos. Batizada de Natal com Terra pelo movimento, a ação nacional deve continuar nos próximos dias.

A direção do Incra no Rio Grande do Sul marcou uma audiência com representantes das famílias para esta tarde e deve se manifestar nas próximas horas.

A imagem mostra um grupo de pessoas reunidas sob uma grande cobertura preta, com árvores ao fundo. Algumas pessoas estão agachadas, aparentemente organizando ou manipulando equipamentos, enquanto outras estão em pé. Há mochilas e objetos espalhados pelo chão. Um veículo está estacionado próximo ao local, e a cena é cercada por vegetação.
Famílias ocuparam pátio do Incra em Porto Alegre para pressionar governo federal – @rs_mst via Instagram

Já no Pará, membros do MST bloquearam a estrada de ferro Carajás em Parauapebas, na madrugada desta terça.

O protesto, chamado de Jornada de Luta por Direitos e Reforma Agrária Popular, se estende por 11 municípios no trecho de cerca de 950 km entre Parauapebas e São Luís, no Maranhão.

Segundo o diretório paraense do movimento, o objetivo é denunciar as ações da mineradora Vale e a omissão do poder público em defender os recursos naturais da região.

Em um manifesto divulgado nas redes sociais, os sem-terra pedem a adoção de um conjunto de medidas que inclui a devolução de terras pela Vale para assentamento de famílias pelo Incra, a criação de um fundo de desenvolvimento social financiado pela CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral) para mitigar impactos da mineração e a construção de 10 mil casas populares em Parauapebas.

Eles pedem ainda um programa de renda mínima de R$ 1.000 para famílias vulneráveis, além de investimentos em reflorestamento e agroecologia e ações reparatórias da Vale. Procurada pela Folha, a empresa ainda não se manifestou.