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PF descortinou rede de contato de lobistas com assessores do STJ e magistrados, diz Zanin

Brasília

O ministro Cristiano Zanin, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou que investigações da Polícia Federal “descortinaram” indícios de que lobistas estabeleceram uma rede de contatos com magistrados, assessores de ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e integrantes dos Tribunais de Justiça.

A afirmação está na decisão que autorizou a operação da PF, nesta terça-feira (26), para cumprir 23 mandados de busca e um de prisão contra advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados suspeitos de envolvimento na venda de decisões judiciais.

De acordo com o ministro, o material colhido nas investigações revela a atuação dos supostos envolvidos na compra e venda de sentenças e o acesso privilegiado a informações processuais sigilosas.

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O ministro Cristiano Zanin em sessão plenária do STF (Supremo Tribunal Federal), sob a presidência do ministro Luís Roberto Barroso – Pedro Ladeira – 12.jun.24/Folhapress

Zanin ainda disse que a gravidade dos casos narrados pela PF exige a pronta resposta do STF e que os elementos colhidos “estão longe de serem desprezíveis”.

Além disso, acrescentou que as investigações mostraram um empreendimento criminoso “revestido de complexidade e ousadia, que movimentou ou ainda movimenta vultosas quantias monetárias para o alcance dos fins pretendidos”.

“A autoridade policial apontou fortes indícios da conexão entre os sujeitos da medida coercitiva e os fatos investigados, os quais teriam ocorrido, adiciono, inclusive em escritórios de advocacia e órgãos públicos do Poder Judiciário”, afirmou.

Zanin disse que as provas trouxeram indícios concretos de materialidade e autoria de crimes e que é necessário aprofundar a investigação do suposto esquema de venda de decisões judiciais e de informações privilegiadas oriundas do STJ e de outros tribunais.

Foram alvos de medidas impostas pelo ministro desembargadores do TJ-MT (Tribunal de Justiça do Mato Grosso), os chefes dos gabinetes dos ministros do STJ Isabel Gallotti e Og Fernandes —Daimler Alberto de Campos e Rodrigo Falcão de Oliveira Andrade— e o assessor Márcio José Toledo Pinto, que já trabalhou em gabinetes de diversos ministros.

Já a ordem de prisão é contra Andreson de Oliveira Gonçalves, apontado pela investigação como lobista responsável por intermediar a venda de sentenças.